quarta-feira, 6 de maio de 2009

Raízes

Tu és o motivo das minhas noite sem sono
Sem sonhos, sem ilusões felizes
Levando-me de volta às minhas raízes
Tristes raízes
À raiz do meu ser
À raiz de ser
À raiz de não te ter.


Eu sei que ultimamente tenho escrito várias merdas, mas é pra isso que serve isso aqui.

domingo, 3 de maio de 2009

Ninguém tem o direito de ficar vivo

Acordo sem saber porque vivo
Nos meus dias faltam choro e faltam riso
Faltam-me as emoções como faltam-me motivos
Estado vegetativo
Vida automática -
É rotineira e problemática
Minha vida sem razão,
onde está sua paixão ?
Qual será a tua função ?

Pela janela dos meus olhos
Eu vejo motoqueiros
São todos corriqueiros
Passam dias inteiros sem motivos
Dirigindo para o abismo
Dirigindo para onde ?
Por que correm ?
Quero saber o que temem
Quero saber o que sentem
Quero saber porque mentem para si
Disfarçando sua loucura, angústia e falta de amores
Com casacos de chuva, botas e capacetes protetores.

A Festa Acabou

Esgotaram-me as palavras
Acabaram-se as farras
De noites de orgias com meus filósofos mortos
Com meus poetas tortos e discriminados

Meus livros foram lidos;
Os filmes, vistos;
Até os amores, já foram sentidos
Minhas muralhas, barreiras impenetráveis
Contra as pessoas,
digo,
contra a ignorância
está se desfazendo
L e n t a m e n t e
mas ainda assim, é arriscado me arriscar
Enterrarei-me novamente com meus livros, filmes, poesias e ventos frios de noites
sozinho
Perdão, tenho de ir, minha sombra me espera.

Não sou louco

380 bebês de plástico
457 toaletes que não funcionam
900 homens-mulheres com cara de porta
C(s)em postes que não atrapalham minha visão e s(c)em poetas da minha imaginação
Mil mortes dos cadáveres decepados
Decepcionados com o vermelho luar
Que sucumbiu à tentação, vermelho de paixão
Suavemente, de forma rude e brusca
Quem busca será morto e censurar
É impraticado
Impraticável
O sol, até agora azul como o amarelo
Da minha língua
Desrespeitado, revolta-se, tornando-s
Algo que o tornasse macabro
Os meus olhos, logo abaixo do meu queixo
Caminham lentamente procurando o eixo
Dos cineastas, dos aqui presentes que me trouxeram dentes !
Dentes ! Pensei o mesmo !
Devem ter custado uma fortuna
Mas fui consolado quando disseram que a grama
Não andava tão bem quanto o sol
Contestei, pois não quero adegas, quero adágas
Tragam-nas de imediao
Tirem-me, por favor, deste internato.
Estar no ventre da impossibilidade
Voar no infinito
Percorrer os campos do improvável
Caminhar pelo desconhecido
Amar o abstrado
Venerar a ilusão
Estando ciente
E com amargura morrer
Digo, encararar a realidade
A melhor aceita
Não a minha e nem sempre a sua
A dos tolos famintos por poder
Os tolos que acham que conquistaram ou conquistarão algo
Será que não sabem que um dia vai acabar
E conquistar o amor, a única eternidade
Não terão conquistado ?
- Não adianta forçar as palavras
Não importa se sua vida depende disso
E acreditem, a minha depende
As palavras e vossa devida organização
Têm o livre arbítrio que nem mesmo vocês têm
Elas virão em seu devido tempo, e se forçadas
Não virão
São teimosas e espertar
Gostam de me ver sofrer

O verdadeiro problema é quando elas saem
Aí, sim, deveras tem razão ao seu preocupar
São incontroláveis e pelo momento em que saem;
inacabáveis
São eternos orgasmos lingüísticos
São os assassino de um psicopata, o escritor
Jamais deixam ser controladas por quem as usa
São a heroína dos viciados
Sempre estão no controle, embora deixem-nos pensando que não estão
Precisamos constante delas e cada vez em doses maiores
Necessitamos dos seus efeitos
Só aceitando a superioridades de nossos mestres
Poderemos arriscar uma tentativa à felicidade
Quem contesta seu domínio irrefutável
Está malogrado
Quem ousar, com ignorância e audácia a dominá-las
Estará as subestimando e tentando modificar leis
Imutáveis, umas vez que foram selecionadas para o bem da humanid..

- Contesto ! Ouso ! Não acredito !
Pode sofrer por seu amor platônico, cortês
Seja um vassalo
Tenha relação de súdito-rei
Mas palavras são amigas
Não debocham de sua escravidão
O contrário
Tentam te libertar
Mas você está surdo às verdades das palavras e cego às belezas..

- Iiiiih, gente, pára com esses papo cabeça, vamo se divertir
É balada, é carnaval, vamo curtir !

A chave da felicidade é a ignorância e nisso, ambos concordaram e foram também pegar sapinho na micareta.

Mentira, tá tudo uma merda e no final, ainda por cima, dei uma sacaneada.
Consigo parecer o que quiser
Se me esforçar bastante
Consigo até sê-lo
Minha atuação é constante
Manipulo sem escrúpulos
Minto sem remorsos
Engano sem esforços
Tanto tento ser
Que sou sem perceber

Não sei quem sou
Estou perdido dentro de mim
E já perdi o contato com a realidade
Com as coisas que têm fim

Minhas mentiras não acabam
Meu verdadeiro eu nunca sai
Minha máscara nunca cai.

sábado, 2 de maio de 2009

Tive um belo sonho
Com neblinas de nicotina
Perfumando minhas flores cinzas
Livres da rotina

Vaguei por ruas vazias
Passei por almas solitárias
Vi meu reflexo tremido em poças d’água
Ser desfeito por carruagens

Ouvi os sinos da meia-noite percorrendo os becos
Que tresandam
Andei ao lado de rios
Que nunca deságuam

Caminhei por logos campos
Debaixo de muito sol
Escalei montanhas
Tendo a lua como guia
Olhei o infinito céu

E quando eu acordei
Senti seus braços ao meu redor
Senti seu seio gentilmente subir e
Gentilmente descer

Disse que te amava
Sabendo que você dormia
Beijei seus doces lábios
Com as minhas lágrimas

E parti.