quarta-feira, 1 de julho de 2009

As vozes da Serpente
habitam
conhecem recônditos alheios
Apropriam-se
Vestem-se de carne
Carne que idolatramos
Carne que devoramos
Tentam-nos com sexo
e ignorância.
A lareira do mundo é uma televisão
reúne famílias
propaga destruição
das mentes
Não sente, não pensa, existe porque compra
Só assiste
- Atrizes, sorrisos, lábios vermelhos, maquiagem
e vestidos dourados
Paixões e obsessões semanais
Caos demais.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Domine a palavra
Que sai
Sem ser dita
Olhe para o horizonte
Sua real felicidade
Onde se esconde
No caminho da vida
Desnorteada, apressada,
Corroída
No seu refugio encontre
A porta para saída
Corre
Corre
Corre
Pare
Respire
Fundo
Sinta
Ria
Chore
Contenta-te
É só isso
O tempo não espera
A cama te engole

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Raízes

Tu és o motivo das minhas noite sem sono
Sem sonhos, sem ilusões felizes
Levando-me de volta às minhas raízes
Tristes raízes
À raiz do meu ser
À raiz de ser
À raiz de não te ter.


Eu sei que ultimamente tenho escrito várias merdas, mas é pra isso que serve isso aqui.

domingo, 3 de maio de 2009

Ninguém tem o direito de ficar vivo

Acordo sem saber porque vivo
Nos meus dias faltam choro e faltam riso
Faltam-me as emoções como faltam-me motivos
Estado vegetativo
Vida automática -
É rotineira e problemática
Minha vida sem razão,
onde está sua paixão ?
Qual será a tua função ?

Pela janela dos meus olhos
Eu vejo motoqueiros
São todos corriqueiros
Passam dias inteiros sem motivos
Dirigindo para o abismo
Dirigindo para onde ?
Por que correm ?
Quero saber o que temem
Quero saber o que sentem
Quero saber porque mentem para si
Disfarçando sua loucura, angústia e falta de amores
Com casacos de chuva, botas e capacetes protetores.

A Festa Acabou

Esgotaram-me as palavras
Acabaram-se as farras
De noites de orgias com meus filósofos mortos
Com meus poetas tortos e discriminados

Meus livros foram lidos;
Os filmes, vistos;
Até os amores, já foram sentidos
Minhas muralhas, barreiras impenetráveis
Contra as pessoas,
digo,
contra a ignorância
está se desfazendo
L e n t a m e n t e
mas ainda assim, é arriscado me arriscar
Enterrarei-me novamente com meus livros, filmes, poesias e ventos frios de noites
sozinho
Perdão, tenho de ir, minha sombra me espera.

Não sou louco

380 bebês de plástico
457 toaletes que não funcionam
900 homens-mulheres com cara de porta
C(s)em postes que não atrapalham minha visão e s(c)em poetas da minha imaginação
Mil mortes dos cadáveres decepados
Decepcionados com o vermelho luar
Que sucumbiu à tentação, vermelho de paixão
Suavemente, de forma rude e brusca
Quem busca será morto e censurar
É impraticado
Impraticável
O sol, até agora azul como o amarelo
Da minha língua
Desrespeitado, revolta-se, tornando-s
Algo que o tornasse macabro
Os meus olhos, logo abaixo do meu queixo
Caminham lentamente procurando o eixo
Dos cineastas, dos aqui presentes que me trouxeram dentes !
Dentes ! Pensei o mesmo !
Devem ter custado uma fortuna
Mas fui consolado quando disseram que a grama
Não andava tão bem quanto o sol
Contestei, pois não quero adegas, quero adágas
Tragam-nas de imediao
Tirem-me, por favor, deste internato.